Os desafios enfrentados pelas mulheres nas regiões rurais está frequentemente inserido em complexos contextos de luta pela terra, resistência e permanecia na terra diante de condições adversas de condições de produção, na divisão sexual do trabalho, violência doméstica, nas responsabilidades com o cuidado com a casa, os filhos, o marido, os idosos, da rotina das tarefas domesticas e suas muitas jornadas de trabalho. Diante desse cenário, a questão de gênero foi abordada pelo grupo de trabalho do CVT-Apinajé em um trabalho realizado junto ao Grupo de Mulheres Guerreiras de Canudos, composto por 10 mulheres assentadas da Reforma Agraria no Assentamento Canudos. Nessa experiência, as atividades desenvolvidas emergiram de encontros mensais realizados com o grupo que permitiram o envolvimento entre os participantes na elaboração de ações realizadas a partir da iniciativa das próprias mulheres e na valorização do seu conhecimento tradicional e popular.

Entre as atividades desenvolvidas estão capacitações, oficinas, apoio na comercialização dos produtos das mulheres em feiras, eventos e na Loja da Agricultura Familiar em Goiânia, além do desenvolvimento de uma identidade visual para o grupo com camisetas, banners e rótulos para valorização dos produtos comercializados pelas mulheres.

O projeto também atuou no apoio a participação das mulheres em sete eventos de formação, capacitação, oficinas, encontros, feiras visando contribuir na valorização dos conhecimentos tradicionais e fortalecimento da produção na agricultura familiar das mulheres:

– Ginecologia Política;
– Boas praticas na produção de alimentos na Agricultura Familiar;
– Rótulos na produção da agricultura familiar;
– Feira Agro Centro Oeste Familiar 2018;
– Feira Agro Centro Oeste Familiar 2019;
– 4º Grande Encontro de Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés (RAÍZES) e;
– Loja da Agricultura Familiar em Goiânia.

Durante essa experiência as mulheres foram protagonistas em ministrar duas oficinas (Pomada Milagrosa e Plantas Medicinais), na Agro Centro Oeste Familiar, com a valorização de um conhecimento tradicional que muitas vezes é inviabilizado na sociedade moderna, além de produzir também uma cartilha que reuniu um pouco desses conhecimentos, compartilhados com a sociedade no fortalecimento da saúde popular (GUERREIRAS DE CANUDOS, 2019).